Foto retirada do
site: http://www.keepcalm-o-matic.co.uk
Por Eduardo Müller Saboia, M. Sc.
Nada me surpreende mais em uma empresa
que escutar de grande parte de seus colaboradores: “-Eu não recebo feedback!
” Ou ainda: “-Eu não sei o que meu gestor pensa sobre mim e sobre o meu trabalho!
” Triste época na qual as pessoas não têm liberdade, vontade ou
tempo de dizer àquelas, que compartilham duzentos e quarenta e seis dias do ano, o que pensam e o que esperam delas. Se não fosse triste e
imprudente, poderia servir de inspiração para mais obras do comediante Charlie
Chaplin, nos moldes do premiado “Tempos Modernos” - se estivesse vivo, é claro.
Não sou especialista em feedback.
Não conheço todos os termos que podem ser utilizados e os que não podem mais,
por não serem politicamente corretos. Mas sei que pessoas precisam de
incentivos, precisam ter certeza de que fazem parte do time e que estão no
lugar certo fazendo as coisas certas, ou que estão no lugar certo fazendo
coisas erradas. Ainda, em situação mais grave, que não estão no lugar certo. E
pela minha experiência nestes quase vinte anos de trabalho, o feedback
corretivo é um dos gatilhos mais importantes na vida profissional de uma
pessoa. Quem não tem a possibilidade de ser corrigido, não tem a possibilidade
de evoluir.
Minha sogra, que é exímia estudante da
Doutrina Espírita e ser humano de qualidades notáveis, costuma dizer que “todo
ser humano é carente por natureza” “Quem não gosta de atenção e apreço? ” Alguns
precisam e adoram que pessoas “mais influentes” lhes dediquem minutos de
atenção. Muitos gostam e por isso que faz questão de viver em sociedade.
Por que então este
importante processo não é prioritário dentro das empresas? Por que se leva, por
vezes, um ano para dizer às pessoas que ajudam a construir os resultados como
elas estão se comportando e se vão bem ou não?
Os resultados, na era da informação e do conhecimento, podem esperar por um ano
para terem as trajetórias corrigidas? Penso que não.
Arrisco dizer, por eliminação, que a
grande maioria não se sente à vontade para dizer ao
outro o que pensa. Mas quantas tarefas não são aprazíveis de serem feitas e temos a obrigação de completar todos os
dias? Esta não pode ficar de lado, não pode ser postergada e nem removida das
agendas. Feedback não dados, são oportunidades de crescimento jogadas ao
vento.
Como escreve Mark Taiwan, humorista
norte-americano: “Posso sobreviver dois meses com um elogio. ” Que humor mais sério
o dele, não acham? Isto é o feedback positivo.
Também é preciso estar aberto para escutar coisas
que talvez não sejam agradáveis. Shakespeare dizia “poucos gostam de ouvir
falar das faltas que com prazer praticam”. Lamentável quem não tem alguém que o
alerte com um feedback corretivo, no momento em que deve ser dado.
O que vale mesmo é entender, como cita
Manuel de Barros, que “a riqueza do homem está em sua incompletude. ”
Divirta-se dando e recebendo os tão desejados/´fidbæk/.
Fica a reflexão!

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