sábado, 24 de outubro de 2015

/´fidbæk/: Já fez ou recebeu o seu hoje?


Foto retirada do site: http://www.keepcalm-o-matic.co.uk


Por Eduardo Müller Saboia, M. Sc.

Nada me surpreende mais em uma empresa que escutar de grande parte de seus colaboradores: “-Eu não recebo feedback! ” Ou ainda: “-Eu não sei o que meu gestor pensa sobre mim e sobre o meu trabalho! ” Triste época na qual as pessoas não têm liberdade, vontade ou tempo de dizer àquelas, que compartilham duzentos e quarenta e seis dias do ano, o que pensam e o que esperam delas. Se não fosse triste e imprudente, poderia servir de inspiração para mais obras do comediante Charlie Chaplin, nos moldes do premiado “Tempos Modernos” - se estivesse vivo, é claro.

Não sou especialista em feedback. Não conheço todos os termos que podem ser utilizados e os que não podem mais, por não serem politicamente corretos. Mas sei que pessoas precisam de incentivos, precisam ter certeza de que fazem parte do time e que estão no lugar certo fazendo as coisas certas, ou que estão no lugar certo fazendo coisas erradas. Ainda, em situação mais grave, que não estão no lugar certo. E pela minha experiência nestes quase vinte anos de trabalho, o feedback corretivo é um dos gatilhos mais importantes na vida profissional de uma pessoa. Quem não tem a possibilidade de ser corrigido, não tem a possibilidade de evoluir.

Minha sogra, que é exímia estudante da Doutrina Espírita e ser humano de qualidades notáveis, costuma dizer que “todo ser humano é carente por natureza” “Quem não gosta de atenção e apreço? ” Alguns precisam e adoram que pessoas “mais influentes” lhes dediquem minutos de atenção. Muitos gostam e por isso que faz questão de viver em sociedade.

Por que então este importante processo não é prioritário dentro das empresas? Por que se leva, por vezes, um ano para dizer às pessoas que ajudam a construir os resultados como elas estão se comportando e se vão bem ou não? Os resultados, na era da informação e do conhecimento, podem esperar por um ano para terem as trajetórias corrigidas? Penso que não.

Arrisco dizer, por eliminação, que a grande maioria não se sente à vontade para dizer ao outro o que pensa. Mas quantas tarefas não são aprazíveis de serem feitas e temos a obrigação de completar todos os dias? Esta não pode ficar de lado, não pode ser postergada e nem removida das agendas. Feedback não dados, são oportunidades de crescimento jogadas ao vento.

Como escreve Mark Taiwan, humorista norte-americano: “Posso sobreviver dois meses com um elogio. ” Que humor mais sério o dele, não acham? Isto é o feedback positivo.

Também é preciso estar aberto para escutar coisas que talvez não sejam agradáveis. Shakespeare dizia “poucos gostam de ouvir falar das faltas que com prazer praticam”. Lamentável quem não tem alguém que o alerte com um feedback corretivo, no momento em que deve ser dado.

O que vale mesmo é entender, como cita Manuel de Barros, que “a riqueza do homem está em sua incompletude. ”

Divirta-se dando e recebendo os tão desejados/´fidbæk/.

Fica a reflexão!

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